sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O Natal do Microbar

Este ano estou com enormes dificuldades em absorver os sentimentos previstos no enquadramento do denominado "espírito natalício". Confesso que até nem me tenho esforçado por aí além... E quando me esforço um pouco mais a família reclama, e com alguma razão reconheço, por uma eventual alteração ambiental para odores menos agradáveis e tão pouco condizentes com os princípios subjacentes à estabilidade e paz familiar que pretensamente caracterizam esta quadra tão solene.

Mesmo assim, queria escrever algo alusivo a este fenómeno que, miraculosamente, nos deverá tornar a todos tão repentinamente mais generosos e amigos das criancinhas (nada de confusões, eu abomino a pedofilia!). Curiosamente só me ocorrem pensamentos que nem no pico do transe do carnaval Carioca (no qual nunca tive o previlégio de participar, mas enquanto há vida há esperança!), seriam aceites de ânimo leve. Com este estado de espirito não será com certeza aconselhável tecer considerações sobre as simpáticas e angelicais figuras representativas do Natal, como por exemplo, a agradável (?) figura do velhinho das barbas brancas, cuidadosamente permanentadas, elegantérrimo na imponência do seu modelito básico vermelho escaldante, e cheio de uma estranha pressa afobada, rasgando os ares com o seu esfusiante trenó puxado por vibrantes renas, tudo sobre uma intensa chuva de plumas, paitês e lantejolas!...

Bom, está tudo dito!... Confirma-se a tentação degenerada para o avacalhamento... Assim sendo não me permito divagar sobre outro assunto (e eu queria bastante...), o qual de alguma misteriosa forma me diz respeito!... É que ambos nascemos em Belém!... Só que a Mim, que parece que até vim ao mundo em condições relativamente mais favoráveis, ninguém me passa cartucho, e Ele, tudo indica, tem até bastantes conhecimentos e goza de uma popularidade invejável... Ironias do destino!...
Bom, antes de terminar as minhas natalicidades falhadas, apenas uma consideração sobre o sucesso do cadente Microbar no firmamento deste abençoado período. Vou descrevê-lo entre parentesis para ser mais perceptível: ( ). Conhecem as teorias astrofísicas sobre os buracos negros?... Desculpem... Acho que isso já não tem nada a ver com o Natal... 'Tá luego.

Bom Natal !!

O assalto ao microbar!

O microbar (continua mais vazio que nunca) foi assaltado!!!

Atrai mais passantes em busca de, tabaco; cabine telefónica; banheiro;...e agora gatunagem!, do que clientes própriamente ditos..., mas adquiriu algum estatuto visto já existir um motivo para constar das estatísticas de interesse público. Fui espoliado em cerca de dez euros, o que representa para cima de uma porrada de árduas noites de trabalho de prejuízo! Desta vez não levaram rigorosamente mais nada, ainda pensei que tivessem surripiado a caixa de palitos ( queria aliviar a minha gengiva de um pedaço de casca de pipa - semente de girassol, informação aos incultos - e a única coisa que não encontrava era a dita caixa! ) mas nem isso, apenas se encontrava fora do local habitual...De qualquer forma fiquei bastante aliviado porque quando se tem uma casca de pipa entre os dentes qualquer caixa de palitos vale dez euros...Sendo assim ainda fiquei a ganhar! A partir de agora vou passar a esconder a caixa de palitos em lugar seguro... Não quero correr riscos!...

Ser ou não ser (pecador)...eis a questão!

"O Vaticano abre-se ao uso do perservativo" in jornal HOY, uma edição desta semana.

Não me atrevo sequer a comentar esta manchete!..., As interpretações possíveis são tantas e podem assumir formas tão bizarras ( dentro deste meu cérebro perverso... ), que correria o risco de ser queimado na fogueira!

" A igreja ( c.a.r. ) proibe qualquer anti-concepcional desde 1930", idem.
Não tenho dúvidas que desde 1930 os católicos a.r. portugueses, que penso constituírem a convicção(?) religiosa dominante, salvo raras excepções protagonizadas por um ou outro degenerado, não usam terminantemente o perservativo. Este facto permite concluir que, atendendo ao comprovado gradual mas acentuado envelhecimento populacional, estamos perante um evidente déficite libidinoso colectivo que urge diagnosticar e assumir, para tentar evitar rápidamente o evoluir desta decrépita situação...

"O único fim do sexo é a reprodução e nunca o mero disfrute", idem sobre as considerações da i.c.a.r. àcerca de sexo.

Os chineses que o digam...coitados!...

"Os ensinamentos tradicionais da igreja são a única via segura contra a difusão da sida, Ratzinger - Junho de 2006 aos bispos africanos", idem.

Será que os bispos africanos acreditaram? Você acredita? Eu confesso que não acredito!..., mas quem sou eu senão um sacana mal-intencionado a opinar no vácuo...

...IMAGINE...J. L.

Oliveira, da Bahia

Viu nêgo!... Lembrou de contar p´ró espanhol que sua filha, genro e netas foram morar p´rá terra dele!?...Estou aqui no barzinho (rapaz!, continua vazio...), são 9,30h da manhã e me encontrei pensando que , sozinho, entrar nos mercadinhos e botecos para cumprimentar a vizinhança, no caminho do Bompreço, vai ficar um pouco mais sem graça...

Claro que deixa saudade!... É meu velho!, foi indo na frente mas deixou um legado bom demais! Seus descendentes são gente p´ra ninguém botar defeito, valor humano (minha mulher e filhas estão nesse quindim aí!) do melhor que pode haver em qualquer canto do planeta!, sangue seu que fica para assegurar que o lado bom das coisas ainda tem vez neste mundo onde por vezes parece que o Criador anda distraído. Gente boa que eu amei desde a primeira hora, gente boa que me ensinou as coisas melhores da Bahia e me deu a conhecer mais gente boa, e que fermentou até transbordar todo o fascínio por sua terra que me apaixona, e à qual tenho que voltar sempre e cada vez mais, como se lá estivésse o meu berço...

Meu amigo!... quando eu chegar sei que vai já estar pronto para irmos juntos ao mercado, e aí passamos no espanhol para contar a novidade!... ele vai gostar de saber!...

A gente se vê, até lá!...saudades!...

Paulo

Até apetece fazer nada!

Lembro-me de ter desembarcado num meio ambiente físico de evidente bem estar.
Lembro-me de ter sentido imediatamente o aconchego generosíssimo da grande mãe natureza através do embalo morno e envolvente do seu colo tropical.
Lembro-me de ter o meu espírito infantil acariciado ao limite de um misterioso deslumbre, e reagindo em controlados espasmos de felicidade integral.
Depois lembro-me de uma vertiginosa sucessão de coisas boas: O reagrupamento familiar; As luzes nocturnas de labirintos desconhecidos tranquilamente familiares; O "MACAU" e o meu primeiro chau-min; O incontornável encanto fluorescente do "LUNA-PARK", e a proximidade de uma época natalícia inacreditávelmente quente e húmida, refrescada por inimagináveis e intensos Índicos banhos oceânicos e litradas de Coca-Cola.
Tudo isto e muito mais absorvido com a enorme intensidade osmótica potenciada pela ingenuidade própria de quem existia apenas à cerca de sete Primaveras...
Moçambique...

Nova Era

Começo aqui a tranferir posts antigos... E que aconteceu em 2006. Só por uma questão de arquivo, pois no Blog.com os defeitos são constantes...

E assim disse...

Vou fazer o meu blog... Acabei de inaugurar o meu bar e ao contrário do que poderia supor (?) passei a dispor de imenso tempo disponível... Entretanto, antes de proseguir com as respectivas considerações sobre esta actual curiosa e inesperada (?) situação, proponho-me a dar conhecimento ao mundo sobre alguns aspectos marcantes desta minha iluminada e ardente personalidade. Presto-me a tão árdua tarefa porque penso (logo existo) que nesta fase crucial e decisiva de drásticas mudanças temporais para a humanidade, esta já se encontra preparada para tanta luz e calor (lindo!)... A minha dúvida é... o universo manterá a sua estabilidade?! Depois disto seremos acordados pelo raiar de dois sóis?!. Adormeceremos embalados pela misteriosa luminosidade de duas luas?!...

Imerso nesta profunda sensação de dúvida, olho através da montra do meu pequeno bar (vazio) para o bar vizinho, que se perfila na esquina do outro lado da rua, e constato um invejável frenesin de “entra e sai”, abarrotado de comedores de tostadas, aperitivistas e tapistas, de todas as espécies da fauna local, alarvando-se com repetidas porções de batatas cozidas com maionaise e alho.

Pergunto-me se, com os meus actuais portentosos quarenta e cinco anos, dos quais cerca de dez (últimos) passados a por em práctica sucessivas idéias geniais que se materializaram em tantos outros negócios magníficos, não teria já idade suficiente para demonstrar mais juízo?...